Como pagar menos impostos vendendo em marketplaces?

Vender em marketplaces como Shopee, Amazon, Mercado Livre e Magalu pode ser altamente lucrativo, especialmente para pequenos e médios empreendedores que encontram nesses canais uma forma prática e acessível de alcançar milhares de clientes.

No entanto, à medida que o faturamento cresce, os impostos também aumentam — e é aí que muitos vendedores começam a se perguntar: como pagar menos impostos vendendo em marketplaces?

A boa notícia é que existem estratégias legais e eficazes para reduzir a carga tributária e melhorar a saúde financeira do seu negócio.

Neste artigo, a São Lucas Contabilidade mostra quais são os principais tributos cobrados sobre as vendas realizadas em marketplaces, os regimes tributários disponíveis e como escolher a estrutura ideal para economizar no pagamento de impostos sem sair da legalidade.

Como funciona a tributação nos marketplaces?

Antes de pensar em pagar menos impostos, é fundamental entender como a tributação funciona para quem vende em marketplaces.

Independentemente da plataforma, toda operação de venda envolve o recolhimento de tributos, que variam conforme a forma de atuação (pessoa física ou jurídica), o regime tributário e o tipo de produto comercializado.

Tributação como pessoa física

Quem vende produtos como pessoa física (CPF), mesmo em pequena escala, está sujeito ao Imposto de Renda sobre os lucros apurados.

Se a Receita Federal identificar que as vendas são frequentes e com fins lucrativos, pode considerar que a atividade é empresarial, exigindo a formalização com CNPJ e aplicação de multas em caso de omissão.

Além disso, como pessoa física:

• Não há emissão de nota fiscal, o que compromete a credibilidade do negócio.

• Não há direito à compra com CNPJ, o que impede acesso a fornecedores com preços melhores.

• Não há possibilidade de deduzir custos operacionais, o que encarece a operação.

• O IR pode ser progressivo, chegando a 27,5% dos lucros declarados.

Ou seja, atuar como pessoa física é arriscado e financeiramente desvantajoso. Por isso, o melhor caminho para quem pretende profissionalizar as vendas em marketplaces é abrir um CNPJ e operar como empresa.

Qual o melhor regime tributário para quem vende em marketplaces?

Ao abrir um CNPJ, o empreendedor pode optar por um dos três principais regimes tributários:

• Simples Nacional

• Lucro Presumido

• Lucro Real

Cada um possui regras e alíquotas diferentes. Vamos entender como funcionam e qual pode ser mais vantajoso para quem vende em marketplaces.

Simples Nacional

O Simples Nacional é o regime mais comum entre micro e pequenas empresas e pode ser uma excelente opção para vendedores de marketplace. Ele unifica o pagamento de vários tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia (DAS) e simplifica obrigações acessórias.

A tributação no Simples Nacional varia conforme a atividade da empresa e o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) escolhido.

Para empresas que atuam com comércio eletrônico, os CNAEs mais utilizados geralmente se enquadram no Anexo I, com alíquotas que começam em 4% sobre o faturamento bruto mensal.

A grande vantagem é que, até R$ 180 mil de faturamento anual, a empresa pode se enquadrar no MEI (Microempreendedor Individual), pagando menos de R$ 70 por mês em tributos fixos. No entanto, o MEI tem diversas limitações, como:

• Faturamento anual limitado a R$ 81 mil

• Não pode ter mais de um funcionário

• Não pode exercer todas as atividades

• Não emite nota fiscal eletrônica de forma automatizada em todos os estados

Para empresas acima do limite do MEI, o Simples Nacional continua sendo vantajoso até aproximadamente R$ 3,6 milhões/ano, desde que a margem de lucro seja confortável. Acima disso, a alíquota pode chegar a 11,61% ou mais, o que torna necessário considerar outros regimes.

Lucro Presumido

O Lucro Presumido é indicado para empresas que ultrapassam os limites do Simples Nacional ou que desejam otimizar a carga tributária com base em margem de lucro efetiva mais baixa do que a presumida pela Receita Federal.

Nesse regime, a tributação incide sobre uma presunção de lucro, que é de 8% para atividades de comércio. Os tributos mais comuns são:

• IRPJ (15%) e CSLL (9%) sobre o lucro presumido

• PIS (0,65%) e COFINS (3%) sobre o faturamento

• ICMS ou ISS, dependendo do produto ou serviço

A carga tributária total gira em torno de 13,33% a 16% do faturamento, mas pode ser mais vantajosa que o Simples em certos casos — especialmente para empresas com margem de lucro baixa e alto volume de vendas.

Lucro Real

O Lucro Real é obrigatório para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões ao ano ou para aquelas que exercem determinadas atividades. Para vendedores em marketplace, raramente é a opção mais vantajosa.

A carga tributária é calculada sobre o lucro efetivamente apurado, o que exige contabilidade completa, rigorosa e permanente, com acompanhamento mensal.

Embora esse regime permita a compensação de prejuízos e a dedução de diversas despesas, é mais complexo e envolve mais custos de gestão.

Estratégias para pagar menos impostos de forma legal

Agora que você já conhece os regimes tributários, vamos às principais estratégias legais para reduzir impostos nas vendas por marketplaces:

1. Escolha do CNAE adequado

O primeiro passo é definir corretamente o CNAE da sua empresa. Um erro aqui pode te colocar em um anexo tributário mais caro ou até impedir que você opte pelo Simples Nacional.

Geralmente, o CNAE 47.89-0/99 – Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente é amplamente usado para quem vende em marketplaces. Em alguns casos, atividades mais específicas podem permitir alíquotas menores.

2. Mantenha uma contabilidade estratégica

Contar com o apoio de um contador especializado em comércio eletrônico é fundamental para planejar e executar ações que reduzam legalmente os impostos pagos.

Uma boa contabilidade ajuda você a:

• Acompanhar a margem de lucro real

• Planejar o melhor momento para trocar de regime tributário

• Deduzir despesas operacionais no Lucro Real

• Aproveitar benefícios fiscais e evitar multas e autuações

3. Evite vendas como pessoa física

Muitos vendedores iniciam como pessoa física, mas insistir nesse formato por muito tempo coloca o negócio em risco.

A Receita Federal está cada vez mais conectada aos dados dos marketplaces e pode identificar omissões facilmente.

Formalize-se, abra seu CNPJ e pague impostos de forma proporcional e inteligente.

Conclusão

Vender em marketplaces pode ser um ótimo caminho para o crescimento do seu negócio, mas é fundamental estar atento à carga tributária para não comprometer os lucros.

A boa notícia é que, com planejamento, orientação contábil e uso das ferramentas corretas, é possível pagar menos impostos sem sair da legalidade.

A São Lucas Contabilidade é especialista em negócios digitais e pode te ajudar a:

• Escolher o regime tributário mais vantajoso

• Definir o CNAE ideal

• Reduzir a carga tributária com segurança

• Organizar a contabilidade e manter o compliance em dia

Quer pagar menos impostos nas suas vendas pela Amazon, Shopee ou Mercado Livre? Fale com a São Lucas Contabilidade e tenha um parceiro estratégico na gestão do seu negócio digital.