O e-commerce brasileiro vive um momento de grande transformação, e uma das dúvidas mais frequentes entre lojistas virtuais, marketplaces, vendedores da Shopee, Mercado Livre e lojas próprias é: a tributação vai aumentar em 2026?
Com a chegada da reforma tributária e a implementação gradual do novo modelo de impostos, essa preocupação é legítima e exige uma análise clara, técnica e estratégica.
Neste artigo completo, você vai entender como a tributação do e-commerce muda a partir de 2026, o que permanece, o que deixa de existir, quais impostos entram no lugar, quem pode pagar mais, quem pode pagar menos e, principalmente, como se preparar para evitar prejuízos e manter a competitividade do negócio digital.
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Índice
TogglePor que o e-commerce está no centro da reforma tributária?
O e-commerce é um dos setores mais monitorados pelo Fisco nos últimos anos. Isso acontece porque:
- As operações são totalmente digitais
- Os pagamentos são rastreáveis
- Marketplaces concentram milhares de vendedores
- Há grande volume de transações interestaduais
Com a reforma tributária, o objetivo do governo é simplificar a cobrança de impostos sobre o consumo e aumentar a eficiência da arrecadação, e o comércio eletrônico é peça-chave nesse processo.
Por isso, qualquer mudança no sistema tributário tende a impactar diretamente o e-commerce.
O que muda com a reforma tributária a partir de 2026?
A partir de 2026, começa a fase de transição da reforma tributária, que altera profundamente a forma como os impostos sobre vendas são cobrados no Brasil.
De forma resumida:
- Vários impostos atuais serão extintos gradualmente
- Um novo modelo baseado no IVA será implementado
- A tributação passa a ser mais transparente
- A fiscalização se torna mais automatizada
Essa transição não acontece de uma vez, mas 2026 já marca o início efetivo das mudanças.
Quais impostos deixam de existir para o e-commerce?
Ao longo do período de transição, deixam de existir os principais tributos que hoje impactam diretamente o e-commerce:
- ICMS
- PIS
- COFINS
- IPI
Esses impostos serão substituídos por novos tributos, que mudam a lógica de cobrança.
Quais impostos entram no lugar? Entenda o IVA Dual
Com a reforma tributária, o Brasil passa a adotar o chamado IVA Dual, composto por dois impostos:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – de competência federal
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – de competência estadual e municipal
Na prática, eles funcionam como um IVA, incidindo sobre o valor agregado em cada etapa da cadeia, com promessa de não cumulatividade plena.
Além disso, existe o Imposto Seletivo, que incide sobre produtos específicos, como bebidas alcoólicas, cigarros e outros itens considerados prejudiciais.
Afinal, a tributação do e-commerce vai aumentar em 2026?
A resposta correta é: depende do perfil do e-commerce.
A reforma tributária não tem como objetivo oficial aumentar a carga tributária total, mas sim redistribuir essa carga entre setores e modelos de negócio. Na prática, alguns e-commerces podem pagar mais, enquanto outros podem pagar menos.
Quando a tributação pode aumentar
A tributação do e-commerce pode aumentar principalmente para:
- Negócios com margens muito apertadas
- Empresas que hoje se beneficiam de regimes cumulativos
- Operações com pouco aproveitamento de créditos
- Vendedores que não fazem planejamento tributário
Além disso, o novo modelo tende a reduzir o uso indireto do imposto como capital de giro, o que gera sensação de aumento de carga.
Quando a tributação pode diminuir ou se manter estável
Por outro lado, podem se beneficiar:
- E-commerces bem estruturados
- Empresas que compram de fornecedores regulares
- Negócios com bom controle fiscal e financeiro
- Operações B2B, que se beneficiam do crédito do IVA
A chave está na organização e no planejamento.
O papel do split payment no e-commerce
Um dos pontos mais sensíveis da reforma tributária para o e-commerce é o split payment.
Nesse modelo:
- O imposto é separado no momento do pagamento
- A empresa não recebe o valor do tributo
- O imposto vai direto para o governo
Isso afeta diretamente:
- Fluxo de caixa
- Capital de giro
- Planejamento financeiro
E-commerces que vendem parcelado ou operam com marketplaces sentirão esse impacto de forma mais intensa.
Impactos no fluxo de caixa do e-commerce
Mesmo que a carga tributária final não aumente, o impacto financeiro pode ser significativo.
Com a reforma:
- O dinheiro disponível em caixa tende a diminuir
- O ciclo financeiro fica mais curto
- O planejamento se torna indispensável
Empresas que hoje usam o valor do imposto como “fôlego” financeiro precisarão se adaptar rapidamente.
A reforma tributária vai encarecer os preços no e-commerce?
Essa é outra grande dúvida. A resposta depende de cada negócio.
Em alguns casos:
- Parte do custo pode ser repassada ao consumidor
- Margens podem ser ajustadas
- A concorrência influencia diretamente os preços
E-commerces mais eficientes tendem a absorver melhor os impactos, enquanto negócios desorganizados podem perder competitividade.
A importância do planejamento tributário para o e-commerce em 2026
Com a reforma tributária, planejamento tributário deixa de ser opcional para quem atua no comércio eletrônico.
Um bom planejamento permite:
- Escolher o regime tributário mais vantajoso
- Simular cenários com a nova tributação
- Ajustar preços com antecedência
- Proteger o fluxo de caixa
- Reduzir impostos de forma legal
Sem planejamento, o risco de pagar mais impostos aumenta significativamente.
O que o e-commerce deve começar a fazer agora para se preparar?
Mesmo com a transição gradual para o novo formato de tributação, algumas ações são urgentes:
- Regularizar totalmente o CNPJ
- Organizar a contabilidade
- Separar finanças pessoais e da empresa
- Revisar margens e precificação
- Avaliar o regime tributário
- Buscar apoio especializado
Quem se antecipa sofre menos impactos.
Conclusão
A tributação do e-commerce pode sim aumentar para alguns negócios em 2026, especialmente para aqueles que não se organizarem ou que hoje operam com estruturas frágeis.
Por outro lado, empresas bem estruturadas podem manter a carga estável ou até reduzir impostos com planejamento adequado.
O grande diferencial não será apenas a lei, mas a forma como cada e-commerce se prepara para a reforma tributária.
A São Lucas Contabilidade é especializada em atender e-commerces, vendedores de marketplaces e negócios digitais, oferecendo suporte completo em planejamento tributário, contabilidade e adequação à reforma tributária.
Se você atua com e-commerce e quer entender como a tributação vai impactar o seu negócio em 2026, conte com a São Lucas Contabilidade para se preparar com segurança, estratégia e economia tributária.




