Entender como funciona a tributação para médicos é essencial para evitar problemas com o fisco e, principalmente, para reduzir legalmente a carga de impostos.
A atuação médica no Brasil envolve uma série de obrigações contábeis e fiscais, principalmente quando o profissional presta serviços tanto para pacientes particulares quanto para planos de saúde e convênios.
Neste artigo, você vai descobrir:
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Como a Receita Federal enxerga o médico que recebe por consultas;
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Como funciona a tributação para médicos que atuam como pessoa física;
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Por que abrir um CNPJ pode ser mais vantajoso;
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Qual o melhor regime tributário para médicos;
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Diferenças entre atendimentos particulares e convênios na contabilidade;
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E como pagar menos impostos com o apoio de uma contabilidade especializada.
Índice
ToggleComo a Receita Federal vê os rendimentos médicos?
O médico que recebe valores de pacientes diretamente ou por meio de repasses de clínicas, convênios e operadoras de saúde precisa declarar esses rendimentos ao fisco. Isso vale tanto para quem atua como pessoa física quanto para quem tem um CNPJ e emite nota fiscal.
A Receita Federal considera esses recebimentos como rendimento tributável, o que significa que são passíveis de incidência de imposto de renda (IRPF ou IRPJ) e contribuições previdenciárias, dependendo da forma de atuação.
A fiscalização está cada vez mais rigorosa, especialmente após a integração entre os dados do sistema bancário, operadoras de saúde e notas fiscais eletrônicas. Portanto, não declarar corretamente os valores recebidos pode levar o profissional à malha fina.
Tributação para médicos que atuam como pessoa física
O médico que atua como autônomo, ou seja, sem CNPJ, precisa declarar seus rendimentos no Carnê-Leão, sistema da Receita Federal para recolhimento mensal do imposto de renda de pessoas físicas que recebem de outras pessoas físicas.
Como funciona o Carnê-Leão?
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O profissional deve informar mensalmente todos os rendimentos recebidos;
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O sistema calcula automaticamente o imposto devido com base na tabela progressiva do IRPF;
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A alíquota vai de 0% a 27,5%, conforme o total recebido no mês;
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Também é necessário pagar 20% de INSS sobre a remuneração, limitado ao teto do INSS;
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Despesas médicas podem ser abatidas, desde que tenham comprovação adequada.
👉 Muitos médicos que atuam como autônomos acabam pagando alíquotas elevadas de imposto, principalmente quando recebem acima de R$ 5.000 por mês, o que torna o modelo de atuação como pessoa jurídica mais interessante.
Médicos precisam ter CNPJ?
Não é obrigatório, mas abrir um CNPJ é altamente recomendável para médicos que recebem valores significativos, seja por meio de consultas particulares ou de convênios.
A atuação como pessoa jurídica permite:
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Emissão de notas fiscais;
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Tributação em regimes mais vantajosos, como Simples Nacional ou Lucro Presumido;
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Possibilidade de contratar colaboradores com folha de pagamento legalizada;
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Maior aceitação de planos de saúde e clínicas;
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Economia tributária significativa.
Tributação para médicos com CNPJ
Quando o médico atua como empresa, a tributação deixa de ser feita com base no IRPF e passa para o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), dentro de um dos três regimes disponíveis:
1. Simples Nacional
Esse é o regime mais comum para profissionais liberais. No caso dos médicos, a tributação normalmente ocorre pelo Anexo III ou V, dependendo do Fator R (relação entre folha de pagamento e receita bruta).
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Alíquota inicial de 6% (Anexo III);
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Pode subir para 15,5% ou mais, se não atingir o Fator R;
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Recolhe IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e INSS patronal em uma única guia (DAS);
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Limite de faturamento anual de R$ 4,8 milhões.
2. Lucro Presumido
O Lucro Presumido pode ser mais vantajoso para médicos que não possuem muitos colaboradores, mas faturam acima do teto do Simples Nacional ou querem distribuir lucros isentos de IR.
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Alíquota efetiva entre 13,33% e 16,33% sobre o faturamento;
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Permite deduzir despesas operacionais;
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Exige escrituração contábil completa.
3. Lucro Real
Menos comum para médicos, o Lucro Real só é indicado em situações muito específicas, como empresas com altos custos operacionais ou que desejam compensar prejuízos fiscais.
Atendimento particular x atendimento por convênios: diferenças na tributação
É importante entender que tanto os atendimentos particulares quanto os convênios devem ser registrados na contabilidade da clínica ou do profissional.
Consultas particulares:
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Pagas diretamente pelo paciente;
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Exigem emissão de recibo ou nota fiscal;
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Devem ser informadas no Carnê-Leão (PF) ou registradas como receita (PJ);
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Possibilitam dedução de despesas médicas no IR dos pacientes.
Convênios e planos de saúde:
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Pagam mensalmente os serviços prestados;
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Exigem contrato formal e emissão de nota fiscal eletrônica;
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Pagamentos são geralmente feitos por CNPJ;
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Receita tributada normalmente no Simples ou Lucro Presumido.
Como pagar menos impostos sendo médico?
Aqui vão algumas estratégias para pagar menos impostos de forma legal:
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Atue como pessoa jurídica (PJ): Reduz significativamente a carga tributária comparada ao Carnê-Leão.
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Faça um planejamento tributário anual: Isso ajuda a escolher o regime certo e antecipar obrigações.
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Utilize o Fator R no Simples Nacional: Aumentar o pró-labore pode permitir permanecer no Anexo III, com menor alíquota.
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Distribua lucros: No Lucro Presumido, lucros distribuídos não são tributados.
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Organize as despesas: Custos operacionais, como aluguel, secretária, equipamentos e cursos podem ser deduzidos.
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Use uma contabilidade especializada em saúde: Ela conhece os detalhes da atividade médica e pode propor soluções sob medida.
Quais documentos fiscais médicos devem emitir?
Médicos que atuam como pessoa jurídica precisam emitir Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e). Em muitos municípios, o sistema é disponibilizado pela prefeitura.
Já os médicos autônomos devem emitir recibo de prestação de serviços, com identificação do paciente, valores e CPF.
Importante: todo documento fiscal deve ser guardado por no mínimo 5 anos para eventuais fiscalizações da Receita Federal.
Vantagens de contar com uma contabilidade especializada em médicos
Contadores que atendem profissionais da saúde conhecem as regras específicas do setor, como:
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CNAEs corretos para atividade médica;
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Particularidades da tributação de convênios e cooperativas;
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Deduções específicas permitidas para clínicas médicas;
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Obrigações perante o CRM e os municípios;
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Códigos de serviços e alíquotas do ISS por cidade.
A São Lucas Contabilidade atua com foco em médicos, clínicas e consultórios, oferecendo um atendimento personalizado para médicos que desejam pagar menos impostos com segurança e sem preocupações com o fisco.
Conclusão
A tributação para médicos que atuam com consultas particulares e convênios depende diretamente da forma como o profissional organiza sua atividade. Quem atua como pessoa física, além de pagar mais imposto, corre maior risco de cair na malha fina se não declarar corretamente.
A alternativa mais recomendada é abrir um CNPJ e contar com uma contabilidade especializada. Isso permite escolher o regime tributário mais vantajoso, pagar menos impostos e organizar a vida financeira e fiscal da forma correta.
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