A distribuição de lucros foi durante muito tempo, uma das formas mais vantajosas dos sócios retirarem dinheiro da empresa pagando menos impostos.
Durante anos, essa estratégia permitiu que pequenas e médias empresas conseguissem organizar sua remuneração de forma eficiente, mantendo o fluxo financeiro saudável e reduzindo a carga tributária de maneira totalmente legal. No entanto, o cenário mudou nos últimos anos.
Com a criação de novas regras para a tributação sobre a distribuição de lucros acima de R$ 50 mil por mês, muitos empresários passaram a ter dúvidas sobre o que realmente mudou, quem será impactado e como continuar utilizando essa forma de remuneração com segurança.
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Se você é empreendedor, sócio de empresa ou profissional que atua como pessoa jurídica, entender como funciona o Imposto de Renda sobre a distribuição de lucros se tornou essencial para evitar problemas com o Fisco e manter seu negócio competitivo.
Neste conteúdo, preparado pela São Lucas Contabilidade, você vai obter todos os detalhes que precisa sobre o assunto.
Índice
ToggleO que é distribuição de lucros?
A distribuição de lucros é a remuneração que os sócios recebem com base no resultado financeiro positivo da empresa. Em outras palavras, é a parte do lucro líquido, depois de descontadas todas as despesas, que é repartida entre os proprietários.
Esse modelo sempre foi muito utilizado no Brasil por um motivo simples:
Os lucros distribuídos eram isentos de Imposto de Renda para o sócio, desde que a empresa tivesse uma contabilidade regular e comprovação dos resultados.
Por isso, muitos empresários utilizavam uma combinação entre:
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Pró-labore reduzido (sobre o qual incidem INSS e IR)
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Distribuição de lucros alta e isenta
Essa estratégia reduzia a carga tributária total sem violar a legislação.
O que mudou: nova tributação sobre lucros acima de R$ 600 mil
A mudança mais importante foi criada para estabelecer um limite de isenção. Agora:
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Distribuições de até R$ 600 mil por ano por sócio continuam isentas de Imposto de Renda.
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Ultrapassado esse valor, o excedente passa a ser tributado em 10%.
Isso equivale a dizer que a isenção permanece para retiradas que, em média, não ultrapassem R$ 50 mil mensais.
A nova regra vale para empresas de todos os regimes:
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Simples Nacional
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Lucro Presumido
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Lucro Real
Ou seja, independentemente do porte ou do setor, o limite para isenção é o mesmo.
Por que houve essa mudança?
Durante três décadas o Brasil manteve a isenção total sobre a distribuição de lucros. Porém, nos últimos anos, o governo passou a buscar ajustes no Imposto de Renda, ampliando a faixa de isenção dos trabalhadores e criando mecanismos de compensação.
A tributação de lucros elevados foi a solução adotada por três razões principais:
1. Promover maior equilíbrio tributário: Profissionais de alta renda utilizavam estruturas de PJ para pagar menos imposto do que empregados com salários equivalentes.
2. Aumentar a arrecadação sem prejudicar pequenos negócios: Como a maioria das pequenas empresas não distribui mais de R$ 600 mil por sócio ao ano, a medida atinge apenas médios e grandes empresários, ou seja, quem recebe valores altos.
3. Padronizar o modelo brasileiro a outros países: A tributação de dividendos já é comum em economias desenvolvidas.
O objetivo da Lei 15.270/25, que mudou as regras do Imposto de Renda, não foi eliminar a isenção, mas restringi-la a valores mais compatíveis com pequenas e médias empresas.
Quem será impactado pela nova tributação?
A maior parte dos empreendedores brasileiros não será diretamente afetada pela regra, pois muitos sócios empresas não atingem o limite anual para recebimento de lucros isentos.
Entretanto, alguns perfis precisam redobrar a atenção:
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Empresários com alta margem de lucro;
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Profissionais de alta renda que atuam como PJ;
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Sócios únicos que concentram toda a distribuição;
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Empresas que fazem retirada elevada no fim do ano;
Já os empreendedores que retiram lucros abaixo do limite continuarão com isenção total.
Como funciona o cálculo do Imposto de Renda sobre lucros distribuídos?
A tributação incide apenas sobre o valor que exceder o limite anual.
Veja exemplos simples:
- Sócio recebe R$ 500 mil no ano – Totalmente isento.
- Sócio recebe R$ 700 mil no ano – Tributado em 10% sobre os R$ 100 mil que ultrapassam a isenção, pagando assim, R$ 10 mil em imposto de renda sobre lucros.
- Sócio recebe R$ 1 milhão – Tributado em 10% sobre os R$ 400 mil que ultrapassam a isenção, pagando assim, R$ 40 mil em imposto de renda sobre lucros.
Perceba que a alíquota não é aplicada sobre o total recebido, e sim apenas sobre o que ultrapassar o limite anual.
Como fica a situação das empresas com mais de um sócio?
Aqui está um ponto que causa confusão, mas é simples:
O limite é individual, não é por empresa.
Veja o exemplo:
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A empresa distribui R$ 2 milhões no ano.
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Existem quatro sócios.
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Cada sócio recebe R$ 500 mil.
Resultado:
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Todos permanecem dentro do limite isento.
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Zero imposto devido.
Agora imagine outra situação:
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Um sócio recebe R$ 800 mil.
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Outro recebe R$ 400 mil.
Nesse caso:
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O sócio que recebeu R$ 800 mil será tributado sobre R$ 200 mil excedentes.
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O outro continua isento.
Isso mostra que a estrutura societária e a forma de distribuição são determinantes no planejamento tributário.
A importância da contabilidade para manter a isenção
A isenção sobre a distribuição de lucros só é válida quando a empresa possui contabilidade completa, atualizada e capaz de comprovar o lucro distribuído.
Empresas que não têm escrituração contábil adequada correm dois riscos:
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Perder o direito à isenção;
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Ser autuadas por distribuição disfarçada de lucros.
Por isso, manter a contabilidade organizada é essencial para garantir economia e segurança fiscal.
Como a São Lucas Contabilidade pode ajudar
A nova regra de tributação sobre distribuição de lucros exige mais atenção, planejamento e organização por parte das empresas.
No entanto, com o suporte certo, é possível continuar economizando legalmente e evitando riscos fiscais.
A São Lucas Contabilidade oferece:
-
Planejamento tributário personalizado;
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Estruturação da distribuição de lucros sem risco fiscal;
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Análise do regime tributário mais vantajoso;
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Contabilidade completa e atualizada;
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Acompanhamento contínuo da saúde financeira da empresa;
-
Consultoria estratégica para sócios e gestores.
Nosso objetivo é garantir que sua empresa pague somente o necessário, com segurança e eficiência.
Conclusão
A tributação sobre a distribuição de lucros acima de R$ 50 mil por mês, ou seja, R$ 600 mil por ano, representa uma mudança importante para os empresários brasileiros.
Apesar disso, a maior parte das empresas não será afetada diretamente, e quem for impactado pode, com um bom planejamento, reduzir significativamente a carga tributária.
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