O Simples Nacional é um dos regimes tributários mais populares entre micro e pequenas empresas no Brasil.
Para os empreendedores do comércio eletrônico (e-commerce), compreender como este regime funciona é essencial para otimizar a carga tributária e garantir que a empresa esteja em conformidade com as exigências legais.
Neste artigo, nós vamos explicar em detalhes o que é o Simples Nacional, como ele se aplica ao e-commerce e quais são as principais vantagens e obrigações para quem escolhe esse regime tributário.
O que é o Simples Nacional?
O Simples Nacional é um regime tributário simplificado criado em 2006 para facilitar a vida de micro e pequenas empresas. Ele unifica diversos impostos federais, estaduais e municipais em uma única guia de pagamento, chamada DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).
Essa simplificação permite que as empresas possam recolher seus tributos de forma mais fácil e com uma carga tributária potencialmente menor.
O regime é voltado para empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano, e é dividido em anexos que determinam as alíquotas de imposto com base na atividade econômica de cada empresa.
Como funciona o Simples Nacional para e-commerce?
Para e-commerces, o Simples Nacional oferece uma forma prática de gerenciar os tributos, uma vez que as vendas online envolvem várias operações e impostos diferentes.
No Simples Nacional, as alíquotas são progressivas e variam conforme o faturamento anual da empresa e o anexo ao qual ela pertence. Para e-commerces, é possível iniciar com uma contribuição mensal de apenas 4% sobre o faturamento.
Confira a tabela abaixo:
Faixa | Receita em 12 meses | Alíquota | Valor a deduzir |
1ª | Até 180.000,00 | 4,00% | – |
2ª | De 180.000,01 a 360.000,00 | 7,30% | R$ 5.940,00 |
3ª | De 360.000,01 a 720.000,00 | 9,50% | R$ 13.860,00 |
4ª | De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 10,70% | R$ 22.500,00 |
5ª | De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,30% | R$ 87.300,00 |
6ª | De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 19,00% | R$ 378.000,00 |
Apresentada a tabela acima, é importante destacar que considerando as deduções, a maior alíquota efetiva do Simples para e-commerces, gira em torno de 11,12% sobre o volume de faturamento do negócio.
Por sua vez, dentre os impostos que um e-commerce pode pagar de forma unificada através do Simples Nacional, podemos destacar:
- IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica);
- CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
- PIS (Programa de Integração Social);
- COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social);
- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
- CPP (Contribuição Previdenciária Patronal).
É muito importante destacar que, apesar de o Simples Nacional unificar o recolhimento dos tributos, a empresa ainda precisa emitir notas fiscais e seguir as obrigações acessórias como qualquer outra empresa.
Vantagens do Simples Nacional para e-commerces
O Simples Nacional é um regime tributário que pode oferecer uma série de vantagens para os e-commerces, dentre os quais, podemos destacar:
- Simplificação tributária:
Uma das principais vantagens do Simples Nacional é a simplificação do pagamento de tributos. Em vez de calcular e pagar cada imposto separadamente, o e-commerce recolhe todos os tributos de uma só vez por meio do DAS.
Na prática, isso facilita bastante a gestão financeira e contábil, reduzindo a burocracia.
- Redução de carga tributária:
Para muitos e-commerces, o Simples Nacional oferece uma carga tributária menor em comparação com outros regimes, como o Lucro Presumido ou o Lucro Real.
A tabela progressiva permite que empresas de menor porte paguem alíquotas reduzidas.
- Formalização e credibilidade
Estar formalizado no Simples Nacional confere mais credibilidade ao e-commerce, especialmente para operações que envolvem grandes fornecedores ou parcerias estratégicas.
Além disso, facilita o acesso a linhas de crédito específicas para pequenas empresas.
Obrigações acessórias no Simples Nacional para e-commerces
Apesar da simplificação tributária, o Simples Nacional impõe algumas obrigações acessórias que os e-commerces precisam cumprir:
- Emissão de notas fiscais
Todas as vendas realizadas pelo e-commerce devem ser acompanhadas de nota fiscal, seja para consumidores finais ou para outras empresas.
A falta de emissão de nota fiscal pode gerar multas e outros problemas com a fiscalização.
- Relatórios de faturamento
É necessário manter um controle rigoroso do faturamento mensal e anual da empresa para garantir que os valores informados no Simples Nacional estejam corretos.
Caso o faturamento ultrapasse o limite de R$ 4,8 milhões anuais, a empresa será desenquadrada do regime.
- Declaração de informações socioeconômicas e fiscais (DEFIS)
Anualmente, o e-commerce deve enviar a DEFIS à Receita Federal, informando dados como faturamento, impostos recolhidos e outras informações econômicas e fiscais da empresa.
- Obrigações trabalhistas e previdenciárias
Se o e-commerce tiver funcionários, deve cumprir todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias, como o recolhimento do INSS, FGTS e o envio do eSocial.
Cuidados ao optar pelo Simples Nacional no e-commerce
Apesar do Simples Nacional ser um regime simplificado, como o próprio nome sugere, ainda assim, é importante tomar alguns cuidados importantes, dentre eles:
- Análise do faturamento:
Antes de optar pelo Simples Nacional, é essencial realizar uma análise detalhada do faturamento e das despesas do e-commerce.
Para empresas com margens de lucro muito pequenas ou que já estão próximas ao limite de faturamento, outros regimes tributários podem ser mais vantajosos.
- Revisão periódica da alíquota:
As alíquotas do Simples Nacional variam conforme o faturamento da empresa, por isso é importante revisar periodicamente o enquadramento para garantir que a empresa está pagando a alíquota correta.
- Atenção às obrigações acessórias:
Mesmo com a simplificação, as obrigações acessórias do Simples Nacional não podem ser negligenciadas. Manter a contabilidade em dia e seguir todas as exigências fiscais e trabalhistas é crucial para evitar problemas futuros.
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